Se você acha que já viu de tudo no mundo dos animes isekai, Reencarnado numa Máquina de Vendas, Agora Exploro a Masmorra (Jidouhanbaiki ni Umarekawatta Ore wa Meikyuu ni Samayou) vem para mostrar que a criatividade japonesa não tem limites. A premissa é tão absurda quanto genial: um otaku apaixonado por máquinas de venda automática morre em um acidente e reencarna… como uma máquina de vendas em um mundo de fantasia medieval.
Logo nos primeiros minutos, somos apresentados ao protagonista em sua nova forma — imóvel à beira de um lago, incapaz de se mover ou se comunicar livremente. Suas únicas interações com o mundo são frases típicas de propaganda de vendas como “Vencedores levam dois por um!” ou “Promoção por tempo limitado!” — algo cômico e ao mesmo tempo angustiante. Preso ao seu próprio corpo metálico, ele se vê em um mundo hostil, repleto de criaturas e perigos, sem qualquer mobilidade ou meios convencionais de defesa.
É nesse momento que surge Lammis, uma jovem caçadora do estrato das Águas Claras, uma região da masmorra onde vive com sua comunidade. Lammis encontra a máquina e, ao perceber que ela possui algum tipo de inteligência e poder, rapidamente desenvolve um vínculo com o estranho artefato. Apesar da dificuldade de comunicação, a amizade entre os dois cresce de forma orgânica e encantadora.
Lammis, com sua força descomunal e bom coração, passa a carregar a máquina nas costas — literalmente — e juntos eles começam a explorar a masmorra e enfrentar seus desafios. Mesmo sendo imóvel, o protagonista é longe de ser inútil: ele fornece alimentos e bebidas que restauram energia, vende itens úteis para sobrevivência e ainda é capaz de ativar bênçãos especiais como barreiras defensivas que protegem Lammis em momentos de perigo. É uma parceria inusitada, mas que funciona surpreendentemente bem.
Ao longo dos episódios, o anime expande seu mundo com o surgimento de novos personagens e interações curiosas. Na Guilda de Aventureiros, comandada por um excêntrico diretor com aparência de urso (sim, um homem-urso), os dois pegam missões e começam a se integrar à vida local. Lá conhecem figuras como Hyulemy, amiga de infância de Lammis e uma personagem que adiciona mais profundidade emocional à trama. Outros grupos como a Trupe dos Loucos e o Grupinho Guloso trazem pitadas de humor, rivalidade e companheirismo ao enredo.
O ritmo do anime é leve, com momentos de ação pontuados por boas doses de comédia e fofura. A originalidade da proposta, aliada ao carisma dos personagens, faz com que o espectador se apegue rapidamente à dupla principal. A estética do anime é simples, mas funcional, com uma trilha sonora que acompanha bem os momentos mais emocionantes e engraçados.
Vale a pena?
Sim, vale — especialmente se você está em busca de algo diferente dentro do gênero isekai. Reencarnado numa Máquina de Vendas é um anime que não se leva tão a sério, mas surpreende com uma história de amizade, superação e adaptação fora do comum. Pode parecer apenas mais uma comédia absurda, mas por trás da ideia bizarra há uma narrativa com coração, personagens cativantes e uma ambientação que vai se revelando rica em possibilidades.
Prepare-se para rir, se surpreender e, quem diria, se emocionar com uma simples — e heroica — máquina de vendas.