O Studio Ghibli é, sem dúvida, um dos estúdios de animação mais respeitados e amados do mundo, responsável por clássicos como A Viagem de Chihiro, Meu Amigo Totoro e Princesa Mononoke. Fundado em 1985 pelos diretores Hayao Miyazaki e Isao Takahata, em parceria com o produtor Toshio Suzuki, o estúdio ganhou fama por suas histórias encantadoras, animações artesanais e profundos comentários sociais. Mas poucos sabem que até mesmo o nome “Ghibli” carrega em si uma história fascinante e cheia de simbolismo.
Uma palavra italiana com raízes árabes
O termo “Ghibli” vem da palavra italiana ghibli, que por sua vez tem origem no árabe “قبلي” (qibli), usada para designar um vento quente que sopra do deserto do Saara em direção à costa da Líbia. Esse vento é conhecido por ser seco, intenso e imprevisível — uma metáfora perfeita para a revolução criativa que Miyazaki e Takahata queriam provocar na indústria da animação japonesa.
Hayao Miyazaki, um entusiasta da aviação e da cultura europeia, conhecia bem essa palavra porque ela também batizava um avião de reconhecimento italiano da Segunda Guerra Mundial: o Caproni Ca.309 Ghibli. Ao escolher esse nome, Miyazaki quis transmitir a ideia de que o Studio Ghibli seria um “vento quente do deserto” que sopraria sobre a animação japonesa — renovando, transformando e desafiando o cenário tradicional com novas ideias e estéticas.
A pronúncia e a grafia no Japão
Curiosamente, no Japão, o nome do estúdio é escrito em katakana como ジブリ (Jiburi), adaptando a pronúncia à fonética japonesa. Mesmo assim, a essência do nome se mantém — um símbolo de mudança, ousadia e originalidade.
Muito além de um nome
Assim como o vento que lhe deu origem, o Studio Ghibli realmente provocou uma revolução silenciosa mas poderosa na forma como o mundo vê a animação. Seus filmes abordam temas como o meio ambiente, a guerra, o amadurecimento e a espiritualidade, sempre com um toque poético e visualmente marcante.
Portanto, o nome “Ghibli” não é apenas uma escolha estilosa ou exótica: ele traduz uma filosofia. É o sopro da criatividade que move cada traço, cada história, cada emoção nas obras do estúdio. Uma escolha que, como seus filmes, mistura culturas, sentimentos e um profundo respeito pela arte de contar histórias.